Diagnóstico ambiental do Córrego do Meio é apresentado em Santo Antônio de Goiás

Santo Antônio de Goiás A perita ambiental do Ministério Público Adriane Chagas apresentou, nesta terça-feira (17/8), o diagnóstico ambiental do Córrego do Meio à promotora de Justiça Suelena Carneiro Jayme, aos articuladores sociais do Projeto Ser Natureza e fazendeiros lindeiros ao curso d'água.

A recuperação do manancial foi a demanda escolhida pelo grupo de articuladores sociais que está sendo estruturado desde o começo deste ano em Santo Antônio de Goiás. Assim, a promotora de Justiça requisitou da perícia ambiental um estudo técnico para conhecer a variedade de problemas ambientais e os níveis de degradação encontrados. Para isso, a engenheira agrônoma designada para a tarefa escolheu dez pontos de visitação, que incluíram áreas de nascente, margens preservadas e fortemente degradadas, e a foz do córrego.

Diagnóstico

De acordo com o diagnóstico ambiental (clique aqui para conferir o estudo), a maioria dos pontos avaliados não possui a faixa de vegetação marginal de 30 metros obrigatórios para o corpo hídrico. Entre as irregularidades observadas estão a extração de argila sem técnicas adequadas, desmatamento, corte raso de vegetação, presença de gado em áreas de preservação permanente, contaminação de solo, desvio do leito do rio para lagos artificiais, ausência de mata ciliar, desbarrancamento do talude, depósito de material de construção às margens do rio, pastagem até a beira do córrego, entre outros.

Por outro lado, também foi verificada a existência de iniciativas voltadas ao desenvolvimento de atividades com sustentabilidade é o caso de uma proprietária que trabalha com plantas ornamentais, mas que, ao mesmo tempo, promoveu o plantio de um bosque de espécies nativas, hoje com mais de 4 mil mudas. Em outra fazenda, de propriedade de Mauro Manatta presente na apresentação do estudo , há dois anos, é feito um trabalho de recuperação ambiental, com o isolamento da área de preservação permanente em tamanho até maior do que o exigido pela legislação ambiental, além do replantio de espécies.

Mauro Manatta e o filho, Leonardo, contam que, depois das medidas, verificou-se um aumento de 2 metros e meio no volume de água. Uma análise contratada por eles também apontou que, de 15 parâmetros, 14 deles indicam que a água pode ser mineral. Depois dos acertos, não imaginávamos que alcançaríamos esse resultado em tão pouco tempo, avalia Leonardo Manatta.

Providências

De acordo com a perita ambiental, para a recuperação do Córrego do Meio, são recomendáveis as seguintes providências a curto, médio e longo prazos: os proprietários que desenvolvem atividades potencialmente degradadoras ao meio ambiente devem cessar suas atividades até o licenciamento ambiental necessário e cumprir as exigências técnicas da licença, com a elaboração de um Plano de Área Degradada (Prad).

Ela também sugere a promoção de atividades educativas junto à comunidade para despertar seu interesse pela preservação do córrego, e a fiscalização pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos para garantir o cumprimento da legislação ambiental.

Consideradas as avaliações da engenheira, o grupo decidiu pela reapresentação do estudo, desta vez com a notificação dos proprietários, a ser realizada no próximo dia 31, às 18 horas, na Câmara Municipal de Santo Antônio de Goiás.

Ações paralelas

Até o planejamento das ações recuperatórias propriamente ditas, os articuladores sociais vão desenvolver outras atividades que possam contribuir para esse objetivo. Entre elas, a indicação de dez membros da comunidade para participação de um curso de capacitação em plantio de mudas de plantas nativas, que será oferecido pela Secretaria Estadual de Agricultura, em parceria com o Ministério Público, no dia 24 de setembro. O objetivo, neste caso, é preparar pessoas que possam, em breve, desenvolver a atividade no município.

A educação ambiental nas escolas também deverá ser promovida inicialmente, com a exposição do diagnóstico aos estudantes e visitação às margens do córrego para sensibilização do alunado para seu posterior envolvimento no projeto. (Texto: Cristiani Honório/Assessoria de Comunicação Social Fotos: Adriane Chagas e Cristiani Honório)